É tempo de “Viva São João!” David Ferreira



É tempo de “Viva São João!”

          Passos de quadrilha (festa junina)















Passos de quadrilha (festa junina)


Balancê - significa balançar o corpo no ritmo da música, sem sair do lugar.

Anavan ou alavantu (vem de "en avant tous") - quer dizer ir em frente; caminhar agitando os braços para cima.

Returnê ou anarriê (vem de "en arrière") - é o comando para retornar aos lugares, depois de um determinado passo.

Tu (vem de "tous") - é uma volta que o casal dá junto, pela direita.

Cumprimento às damas - dançando, os cavalheiros vão até as damas e fazem uma reverência.

Cumprimento aos cavalheiros - as damas vão até os cavalheiros e os cumprimentam, abaixando-se e segurando os vestidos pelas pontas.

Damas e cavalheiros, atenção para a troca - este comando significa que as damas devem ir para o centro e os cavalheiros, para o lado de fora do círculo (ou vice-versa).

Passeio na roça - é o ato de ficar passeando em círculos.

Trocar de dama - os cavalheiros dão um passo à frente, pegando a dama seguinte. Repete-se o passo até que se volte ao par inicial.

Trocar de cavalheiro - é como trocar de dama, só que quem anda são as meninas, não os meninos.

Túnel - os pares formam uma fila. Damas e cavalheiros ficam de frente um para o outro, segurando as mãos, no alto, formando um túnel. O último casal da fila passa por dentro do túnel. Um a um, todos os pares devem fazer o mesmo.

Caminho da roça - damas e cavalheiros formam uma fila indiana, e caminham, dançando.

Olha a cobra - todo mundo deve pular, para evitar o perigo da cobra. No pulo, os pares giram no ar, e voltam a caminhar no sentido contrário ao que estavam indo. Quem comanda costuma dizer "é mentira!", e então todos dão outro pulo, girando, e voltam a caminhar no sentido inicial.

Olha a chuva - damas e cavalheiros devem colocar as mãos sobre a cabeça, para se proteger da chuva. Quando o marcador diz "é mentira", eles podem abaixar as mãos.

Caracol - todos formam uma fila indiana e começam a enrolar a fileira, no sentido do centro da roda, como um caracol. Quando o marcador diz "desviar", o caracol começa a rodar ao contrário, para se desfazer.

Grande roda - é quando damas e cavalheiros formam uma grande roda, de mãos dadas. Ao comando, as damas podem ter que ir ao centro, depois os cavalheiros, e assim por diante.

Coroar damas - os cavalheiros erguem os braços sobre as cabeças das damas.

Coroar cavalheiros - as damas erguem os braços sobre as cabeças dos cavalheiros.

Despedida - os pares saem da pista de dança, acenando para o público, às vezes, em passo de galope.


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Danças Juninas

Quadrilha
Manifestação folclórica típica do ciclo junino em Pernambuco, surgiu como uma sátira às danças palacianas européias. Os casais participantes, divididos em duas alas e vestidos com trajes matutos, desenvolvem uma divertida coreografia ditada pelo "marcador", ao som de conjuntos regionais e músicas próprias da época. Hoje, observa-se em vários municípios do Estado uma mudança na estrutura original da quadrilha - a nível da indumentária ( incluindo um guarda-roupa mais rico e com características do apresentado pelo folclore gaúcho), da coreografia e do repertório musical, que passou a ser mais amplo e não necessariamente relativo ao período.

VAMOS DANÇAR A QUADRILHA
Em quase todo o Brasil, a quadrilha é dançada por um número par de casais e a quantidade de participantes da dança é determinada pelo tamanho do espaço que se tem para dançar. A quadrilha é comandada por um marcador, que orienta os casais, usando palavras afrancesadas e portuguesas. Existem diversas marcações para uma quadrilha e, a cada ano, vão surgindo novos comandos, baseados nos acontecimentos nacionais e na criatividade dos grupos e marcadores. A marcação que apresentamos é uma das mais tradicionais e simples. Os comandos mais utilizados são:

BALANCÊ (balancer) - Balançar o corpo no ritmo da música, marcando o passo, sem sair do lugar. E usado como um grito de incentivo e é repetido quase todas as vezes que termina um passo. Quando um comando é dado só para os cavalheiros, as damas permanecem no BALANCË. E vice-versa.

ANAVAN (en avant) - Avante, caminhar balançando os braços.

RETURNÊ (returner) - Voltar aos seus lugares.

TUR (tour) - Dar uma volta: Com a mão direita, o cavalheiro abraça a cintura da dama. Ela coloca o braço esquerdo no ombro dele e dão um giro completo para a direita.

01. Forma-se uma fileira de damas e outra de cavalheiros. Uma, diante da outra, separadas por uma distância de 2,5m. Cada
cavalheiro fica exatamente em frente à sua dama. Começa a música. BALANCÊ é o primeiro comando.

02. CUMPRIMENTO ÀS DAMAS OU "CAVALHEIROS CUMPRIMENTAR DAMAS"
Os cavalheiros, balançando o corpo, caminham até as damas e cada um cumprimenta a sua parceira, com mesura, quase se ajoelhando em frente a ela.

03. CUMPRIMENTO AOS CAVALHEIROS OU "DAMAS CUMPRIMENTAR CAVALHEIROS"
As damas, balançando o corpo, caminham até aos cavalheiros e cada uma cumprimenta o seu parceiro, com mesura, levantando levemente a barra da saia.

04. DAMAS E CAVALHEIROS TROCAR DE LADO
Os cavalheiros, de mãos dados, dirigem-se para o centro. As damas fazem o mesmo. Ao se aproximarem, todos se soltam. Com os braços levantados, giram pela direita. Soltam-se as mãos, dirigem-se ao lado oposto. Os cavalheiros, de mãos dados, vão para o lugar antes ocupado pelas damas. E vice-versa.

05. PRIMEIRAS MARCAS AO CENTRO
Antes do início da quadrilha, os pares são marcados pelo no. 1 ou 2. Ao comando "Primeiras marcas ao centro , apenas os pares de vão ao centro, cumprimentam-se, voltam, os outros fazem o "passo no lugar . Estando no centro, ao ouvir o marcador pedir balanceio ou giro, executar com o par da fileira oposta. Ouvindo "aos seus lugares , os pares de no. 1 voltam à posição anterior. Ao comando de "Segundas marcas ao centro , os pares de no. 2 fazem o mesmo.

06. GRANDE PASSEIO
As filas giram pela direita, se emendam em um grande círculo. Cada cavalheiro dá a mão direita à sua parceira. Os casais passeiam em um grande círculo, balançando os braços soltos para baixo, no ritmo da música.

07. TROCAR DE DAMA
Cavalheiros à frente, ao lado da dama seguinte. O comando é repetido até que cada cavalheiro tenha passado por todas as damas e retornado para a sua parceira.

08. TROCAR DE CAVALHEIRO
O mesmo procedimento. Cada dama vai passar portadas os cavalheiros até ficar ao lado do seu parceiro.

09. O TÚNEL
Os casais, de mãos dados, vão andando em fila. Pára o casal da frente, levanta os braços, voltados para dentro, formando um arco. O segundo casal passa por baixo e levanta os braços em arco. O terceiro casal passa pelos dois e faz o mesmo. O procedimento se repete até que todos tenham passado pela ponte.

10. ANAVAN TUR
A doma e o cavalheiro dançam como no TUR. Após uma volta, a dama passa a dançar com o cavalheiro da frente. O comando é repetido até que cada dama tenha dançado com todos os cavalheiros e alcançado o seu parceiro.

11. CAMINHO DA ROÇA
Damas e cavalheiros formam uma só fila. Cada dama à frente do seu parceiro. Seguem na caminhada, braços livres, balançando. Fazem o BALANCË, andando sempre para a direita.

12. OLHA A COBRA
Damas e cavalheiros, que estavam andando para a direita, voltam-se e caminham em sentido contrário, evitando o perigo. Vários comandos são usados para este passo: "Olha a chuva , "Olha a inflação , Olha o assalto , "Olha o (cita-se o nome de um político impopular na região). A fileira deve ir deslizando como uma cobra pelo chão.

13. É MENTIRA
Damas e cavalheiros voltam a caminhar para a direita. Já passou o perigo. Era alarme falso.

14. CARACOL
Damas e cavalheiros estão em uma única fileira. Ao ouvir o comando, o primeiro da fila começa a enrolar a fileira, como um caracol.

15. DESVIAR
É o palavra-chave para que o guia procure executar o caracol, ao contrário, até todos estarem em linha reta.

16. A GRANDE RODA
A fila é único agora, saindo do caracol. Forma-se uma roda que se movimenta, sempre de mãos dados, à direita e à esquerdo como for pedido. Neste passo, temos evoluções. Ouvindo "Duas rodas, damas para o centro ; as mulheres vão ao centro, dão as mãos. Na marcação "Duas rodas, cavalheiros para dentro , acontece o inverso, As rodas obedecem ao comando, movimentando para a direita ou para esquerda. Se o pedido for "Damas à esquerda e "Cavalheiros à direita ou vice-versa, uma roda se desloca em sentido contrário à outra, seguindo o comando.

17. COROAR DAMAS
Volta-se à formação inicial das duas rodas, ficando as damos ao centro. Os cavalheiros, de mãos dados, erguem os braços sobre as cabeças das damas. Abaixam os braços, então, de mãos dados, enlaçando as damas pela cintura. Nesta posição, se deslocam para o lado que o marcador pedir.

18. COROAR CAVALHEIROS
Os cavalheiros erguem os braços e, ao abaixar, soltam as mãos. Passam a manter os braços balançando, junto ao corpo. São as damas agora, que erguem os braços, de mãos dados, sobre a cabeça dos cavalheiros. Abaixam os braços, com as mãos dados, enlaçando os cavalheiros pela cintura. Se deslocam para o lado que o marcador pedir.

19. DUAS RODAS
As damas levantam os braços, abaixando em seguida. Continuam de mãos dados, sem enlaçar os cavalheiros, mantendo a roda. A roda dos cavalheiros é também mantida. São novamente duas rodas, movimentando, os duos, no mesmo sentido ou não, segundo o comando. Até a contra-ordem!

Casamento Matuto
O casamento matuto é uma atração à parte na quadrilha junina. Nele, as personagens do noivo fujão, da noiva assanhada, do pai, do beato e tantas outras interpretam, com bastante malícia e deboche, o casamento do sertanejo, o sexo pré-nupcial e o machismo. Fogueira O ritual de acender fogueiras é bastante antigo. O hábito comemorar o dia de data dos primeiros anos da era cristã. A fogueira relembra o aviso dado por Santa Isabel a Maria, mãe de Jesus, sobre o nascimento do seu filho, João Batista.