segunda-feira, 8 de março de 2010

pasta da Sônia


Agropecuária de Goiás acima da média

A produção agropecuária em Goiás alcançou elevação em todos os itens e se manteve acima da média nacional, em 2009. Na comparação com o ano anterior, foram acrescidos no Estado o abatimento de suínos (20,1%), bovinos (8,7%), ovos (7,4%), aves (5,49%), produção de leite (4,9%) e couro (1,83%). Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Eles revelam ainda elevação nas exportações e no consumo interno, graças ao cenário de recuperação da economia global, percebido em maior escala no quarto trimestre de 2009.

Goiás se destacou no número de abatimentos de bovinos e na produção de leite, em que aparece na terceira colocação do ranking do País, em relação aos dois segmentos. “Ficou dentro do esperado”, disse o gerente de Estudos Técnicos da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), Edson Alves Novaes. Ele reforça que o Estado está entre os maiores produtores destes produtos no Brasil.

Apesar do aumento na produção de todos os itens, em 2009 frente a 2008, Novaes explica que os seis primeiros meses do ano passado foram ruins para os produtores. “O fraco desempenho do início do ano foram resultado da valorização do real frente ao dólar, resultando na perda de competitividade com o produto de outros países.

Também houve queda do consumo interno, que freou a produção”, analisou. Para o fraco desempenho da carne, nos três primeiros trimestres de 2009, o gerente da Faeg destacou os maus momentos vividos pelos frigoríficos no início daquele ano.



REARRANJOS

Novaes ressaltou que a elevação, nos últimos meses de 2009, é reflexo dos rearranjos na economia mundial – com mais força no último trimestre – e quando o fraco desempenho nos três primeiros trimestres de 2009 foi complementado pela boa ascensão do último período. Para se ter ideia, em dezembro de 2009, os 2.560 milhões de animais abatidos em todo o País estiveram próximos dos melhores meses do ano anterior (período anterior à crise). Ainda em março, houve uma recuperação de demanda internacional pela carne e que elevaram a exportação para cerca de 80 mil toneladas mensais – volume resultado da média de exportações durante todo aquele ano.

No aumento da produção nacional de carne bovina (10,4%), tiveram também tiveram participações decisivas os Estados de Mato Grosso (14,2%) e São Paulo (12,5%), primeiro e segundo lugar, respectivamente. O Centro-Oeste aparece com os melhores números no segmento, representando 35,15% de toda a produção do País no período. Mato Grosso aparece na liderança da região, após superar os números goianos (8,33%).

Goiás ainda mereceu destaque na produção de leite, segmento em que participou com 12,3% de toda a produção nacional, atrás de Minas Gerais (26,8%) e Rio Grande do Sul (14,1%). A alta de 1,6% na produção brasileira de leite, em relação a 2008, também foi impulsionado pelo rearranjo da economia. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume de leite in natura exportado em 2009 sofreu queda de 5,4% quando comparado ao ano de 2008. A queda de US$ 1.846 em 2008 para US$ 1.714 em 2009 no preço médio da tonelada do produto no mercado internacional, contribui também para a queda de 12,1% no faturamento dos exportadores de leite. (Vinicius Mamede)


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ESTADO DE GOIÁS, Centro-Oeste e Brasil: Produção dos principais produtos agrícolas – 2006 - 2007. (toneladas)

Produto

Goiás

Centro-Oeste

Brasil

2006 (1)

2007 (2)

2006 (1)

2007 (2)

2006 (1)

2007 (2)

Abacaxi (mil frutos)

38.549

39.220

79.736

94.411

1.657.799

1.686.037

Algodão herbáceo

(sequeiro e irrigado)

202.479

243.780

1.727.681

2.358.522

2.883.547

3.749.867

Alho

12.927

11.327

14.590

12.936

88.298

84.493

Arroz (em casca)

229.755

235.488

1.138.395

1.264.906

11.504.564

11.030.399

Café

19.195

13.861

31.582

28.041

2.585.797

2.195.884

Cana-de-açúcar

18.915.324

18.425.394

45.101.557

51.133.605

457.984.184

513.123.187

Feijão (1ª, 2ª e 3ª safra)

268.538

313.834

390.031

432.943

3.406.258

3.786.303

Laranja

111.270

122.086

131.706

142.213

18.054.967

18.265.440

Milho (1ª, 2ª e 3ª safra)

3.228.576

3.954.232

10.003.498

12.854.469

42.475.965

51.435.358

Soja

6.018.104

6.016.373

25.904.279

26.101.830

52.234.589

57.171.294

Sorgo granífero

568.421

502.804

972.127

682.866

1.568.829

1.258.957

Tomate (mesa e industrial)

761.160

757.920

785.486

791.134

3.278.072

3.121.068

Trigo (sequeiro e irrigado)

46.284

43.049

108.067

92.303

2.372.667

3.779.322

Fonte: IBGE.

Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica – 2007

(1) Preliminar.

(2) Posição: abril




http://www.youtube.com/watch?v=7rl9P3uXRsU leao marinho


http://www.youtube.com/watch?v=C5UZL7h97iw leao marinho e seu domador


http://www.youtube.com/watch?v=lW3hAgF1E1g leao marinho no oceano






Recursos

Recurso é algo que o Homem pode utilizar.

Quando o recurso é obtido do meio ambiente é considerado um recurso natural. Os recursos artificiais são os recursos que o Homem transformou, como por exemplo o papel, este não existe na natureza é necessário um processo de transformação para o obter, neste caso através de um recurso natural (madeira).

Os recursos são considerados renováveis quando ao longo de uma geração a sua existência pode ser reposta. A energia solar é um exemplo de recurso renovável não se esgotará ao longo da nossa vida. Em oposição, por exemplo, temos o caso do petróleo cujas reservas estão a terminar (+- 50 anos) e demora milhões de anos a formar. O petróleo é um exemplo de recurso não renovável ou seja esgota-se.

Existem outros recursos em que a sua durabilidade depende da utilização humana. Recursos como o ferro e o alumínio podem ser renováveis desde que os mesmos sejam reciclados. As reservas são limitadas, mas os materiais podem ser sistematicamente reaproveitados.

A água é outro recurso natural que depende da maneira como o Homem a utiliza para ser renovável ou não. Quando se pensa que a água está sempre disponível, comete-se um erro. 97% da água existente é salgada, dos restantes 3% a maioria está nos pólos ou nas altas montanhas no estado sólido … gelo. Valores da ordem de 0,5% são os que o Homem tem à sua disposição. Por outro lado, a população humana está a aumentar o que motiva uma maior procura, simultaneamente o impacto da poluição é igualmente crescente. A necessidade de água é cada vez maior e aquela que existe é poluída, o que faz com que um recurso à partida renovável deixe de o ser. É fundamental utilizar a água sem a desperdiçar e ao mesmo tempo diminuir as cargas de poluição.

Os recursos artificiais possuem atualmente um status social mais elevado e tendem a substituir os demais recursos do Reino

A criação do plástico foi uma maravilha, tudo poderia ser feito de plástico, mais barato e durável. E este foi justamente um dos problemas, ser tão durável que não conseguimos processar tudo que produzimos. Poucos pensavam que também teríamos que reduzir o consumo de plástico, ou consumir mais sabiamente.
Água e comida então? Só os países pobres, ou os que não tem acesso abundante a estes recursos entendem o que é possibilidade de escassez.

Hoje falamos de reduzir os recursos naturais ao máximo. Em alguns casos, precisa ser extremo, antes que algo pior aconteca (como zerar o desperdício de água potável). Mas eu iria além nas derivações, para conseguirmos reduzir o consumo na base.

Não basta reduzir o consumo de recursos naturais. Precisamos também reduzir o consumo de recursos artificiais.



jogos educativos da professora sonia

meninos

http://papajogos.uol.com.br/nave/80s-space-invaders.html



http://papajogos.uol.com.br/corrida/fire-truck-masters.html



http://papajogos.uol.com.br/corrida/burning-horizon.html




http://clickjogos.uol.com.br/Jogos-online/Acao-e-Aventura/Galactic-Colonization/


http://papajogos.uol.com.br/acao/monoliths_mario_world.html



jogos de meninas

http://papajogos.uol.com.br/meninas/




Ecossistemas Brasileiro


Com 8,5 milhões de quilômetros quadrados, o Brasil possui grande variedade de paisagem e de cultura; tendo desde o semi-deserto até a biodiversidade mais rica do planeta; desde tribos de índios até modernas gerações interessadas na mundialização. Existem regiões importantes como as bacias sedimentares do Pantanal e da Amazônia, a Floresta Atlântica e a imensa orla marítima que chama a atenção mundial. A variedade cultural e paisagística e a falta de conflitos étnicos e fronteiriços deixa o Brasil em posição privilegiada, ressaltando seu potencial turístico, sobretudo o turismo ecológico.

Ecossistema é definido como um sistema aberto que inclui, em uma certa área, todos os fatore físicos e biológicos (elemento biótipos e abioticos) do ambiente e suas interações o que resulta em uma diversidade biotica com estrutura trofica claramente definida e na troca de energia e matéria entre esses fatores. "A biocenose e seu biotopo constituem dois elementos inseparáveis que reagem um sobre o outro para produzir um sistema mais ou menos estáveis que recebe o nome de ecossistema (Tansley, 19355)... O ecossistema é a unidade funcional de base em ecologia, porque inclui, ao mesmo tempo, os seres vivos e o meio onde vivem, com todas as interações reciprocas entre o meio e os organismo"(Dajoz, 1973). "Os vegetais , animais e microorganismo que vivem numa região e constituem uma comunidade biológica estao ligados entre si por uma intrincada rede de relações que inclui o ambiente físico em que existem estes organismo. Estes componentes físicos e biológicos interdependentes formam o que os biológicos designam com o nome de ecossistema". (Ehrlich & Ehrlich, 1974). "O espaço limitado onde a ciclagem de recursos através de um ou vários níveis tróficos é feita por agentes mais ou menos fixos, utilizado simultânea e sucessivamente processos mutuamente compatíveis que geram produtos utilizáveis a curto ou longo prazo" (Dansereau, 1978). "É um sistema aberto integrado por todos os organismos vivos (compreendido o homem) e os elementos não viventes de um setor ambiental definido no tempo e no espaço, cujas propriedades globais de funcionamento (fluxo de energia e ciclagem de matéria) e auto-regulação (controle) derivam das relações entre todos os seus componentes, tanto pertencentes ao ecossistemas naturais , quanto aos criados ou modificados pelo homem" (Hurtubia, 1980). "Sistema integrado e auto funcionamento que consiste em interações de elementos biótipos e abioticos; seu tamanho pode variar consideravelmente"(USDT, 1980). "A comunidade total de organismo, junto com o ambiente físico e químico no qual vivem se denomina ecossistema, que é unidade funcional da ecologia" (Beron, 1981) (Vocabulário Básico do Meio Ambiente compilado por Iara V. D. Moreira, FEEMA, 1992).

MAPA DO BRASIL MOSTRANDO OS PRINCIPAIS ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

Ecossistemas encontrados no Brasil

FLORESTA AMAZÔNICA

A Amazônia é o maior bioma terrestre do planeta, cuja área avança em 9 países da América Latina (Brasil, Paraguai, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana Francesa e Suriname). A bacia hidrográfica do Amazonas ocupa uma área de 7.050.000 km3. Em termos geopolíticos a Amazônia legal brasileira ocupa 60 % do território nacional. Apesar de ser o maior estado brasileiro, possui a menor densidade demográfica humana, com menos de 10 % da população do pais. A Amazônia é um dos mais preciosos patrimônios ecológicos do planeta. É na realidade um grande Bioma, composto por diversos ecossistemas interagindo em equilíbrio. 65 % de toda a área amazônica é composta pela floresta tropical úmida de terra firme, sendo que o restante é constituído por matas de cipó, campinas, matas secas, igapós, manguezais, matas de várzeas, cerrados, campos de terra firme, campos de várzeas e matas de bambu. Toda a rede de rios, córregos, cachoeiras, lagos, igarapés e represas constituem os ecossistemas aquáticos da Amazônia. A bacia amazônica é um dos locais mais chuvosos do planeta, com índices pluviométricos anuais de mais de 2.000 mm por ano, podendo atingir 10.000 mm em algumas regiões. Durante os meses de chuvas, a partir de dezembro, as águas sobem em média 10 metros, podendo atingir 18 metros em algumas áreas. Isto significa que durante metade do tempo grande parte da planície amazônica fica submersa, caracterizando a maior área de floresta inundada do planeta, cobrindo uma área de 700.000 Km2. A Amazônia é a maior floresta do mundo, representando 35 % de toda as florestas do mundo. É considerada também uma das mais antigas coberturas florestais, permanecendo estabilizada a cerca de 100 milhões de anos.

O rio Amazonas é o maior e mais largo rio do mundo e o principal responsável pelo desenvolvimento da floresta Amazônica. O volume de suas águas representa 20 % de toda a água presente nos rios do planeta. Têm extensão de 6.400 quilômetros, vazão de 190.000 metros cúbicos por segundo (16 vezes maior que a do rio Nilo), conta com mais de 1.000 afluentes. Sua largura média é de 12 quilômetros, atingindo freqüentemente mais de 60 quilômetros durante a época de cheia. Na foz, onde deságua no mar, a sua largura é de 320 quilômetros. A profundidade média é de 30 a 40 metros. As áreas alagadas influenciadas pela rede hídrica do Amazonas, formam uma bacia de inundação muito maior que muitos países da Europa, juntos. Apenas a ilha do Marajó, na foz do Amazonas, é maior que a Suíça. Em termos biológicos é a região com a maior biodiversidade de todos os continentes. Comporta metade das espécies de aves hoje conhecidas, possui a maior diversidade de insetos (especialmente borboletas), répteis e anfíbios. Possui mais espécies de peixes que o oceano Atlântico. As águas da Amazônia também são ricas em caranguejos, camarões, serpentes, tartarugas, lagartos, golfinhos (entre eles o boto cor-de-rosa), lontras, jacarés e tubarões, os quais sobem centenas de quilômetros nos rios em busca de peixes. Dezenas de aves aquáticas exploram as águas, ricas em alimento. O maior roedor, os maiores papagaios, as maiores cobras, os maiores peixes (o pirarucu pode atingir mais de 3 metros de comprimento e pesar 180 quilos), as maiores árvores tropicais e os maiores insetos vivem na Amazônia. A diversidade de mamíferos, especialmente macacos e felinos, é muito grande. 30 espécies de macacos são endêmicas da mata amazônica.

O conhecimento da fauna e flora da Amazônia ainda é extremamente precário. Acredita-se que não se conheça nem a metade das espécies que habitam as suas matas e rios . A principal característica da Amazônia é a sua inacessibilidade, o que dificulta a sua exploração e estudo.

A Amazônia é um dos poucos redutos do planeta onde ainda vivem povos humanos primitivos. As dezenas de tribos ainda existentes espalham-se em territórios dentro da mata, mantendo seus próprios costumes, linguagens e culturas, inalterados por milhares de anos. Antropólogos acreditam que ainda existam povos primitivos desconhecidos, vivendo nas regiões mais inóspitas e inacessíveis.

Oficialmente existem dois parques nacionais na Amazônia brasileira, o Parque Nacional do Tapajós e o Parque Nacional do Pico da Neblina. O primeiro, com 1 milhão de hectares de floresta tropical úmida, e o segundo com extensão de 2.200.000 hectares. O parque do Pico da Neblina se une ao parque Serrania de la Neblina, na Venezuela, com 1.360.000 hectares, formando em conjunto um dos maiores complexos bióticos protegidos do mundo.

Os impactos resultantes da exploração humana da Amazônia são muitos. O desmatamento e as queimadas para a formação de pastos para o gado tem destruído imensas áreas de florestas virgens todos os anos, há décadas. Estima-se que a área de pastos (naturais e criados por desmatamento) na Amazônia seja de mais de 20 milhões de hectares. O problema é que os pastos não resistem por muito tempo, uma vez que o solo amazônico é muito pobre em nutrientes. Isto faz com que os criadores avancem constantemente para o interior da floresta em busca de novas terras.

Mineração, caça e pesca indiscriminada, contrabando de animais raros e espécies em extinção, poluição, e queimadas criminosas são alguns dos principais fatores de perturbação da Amazônia.

A comunidade científica mundial, ciente do potencial ecológico, geológico, científico e farmacológico da Amazônia, tem alertado constantemente as autoridades políticas para a necessidade de uma política de preservação e uso equilibrado da floresta. Esta política deve ser implantada o mais rápido possível para que os danos atualmente existentes sejam revertidos.

MATA ATLÂNTICA

Originalmente, essa exuberante floresta tropical, que cobria um território pouco maior que 1.000.000 km2, espraiava-se pela costa do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, avançando pelo interior em extensões variadas. A Mata Atlântica praticamente ocupava todo o Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, bem como parcelas significativas de Minas Gerais , Rio Grande do Sul e Mato Groso do Sul, logrando alcançar a Argentina e o Paraguai.

Infelizmente, desse imenso corpo florestal, que outrora cobria 12% do território brasileiro, restam apenas 9% de sua extensão original. Rios importantes para a economia regional e o meio ambiente, como o Paraíba do Sul, São Francisco, Doce e Jaquitinhonha encontram-se poluídos ou assoreados por causa dos sedimentos arrastados pela erosão do solo desprotegido de vegetação. Semelhante ao que ocorre com a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica reúne formações vegetais diversificadas e heterogêneas. À primeira vista, podemos distinguir três tipos de florestas, diferentes em sua composição e aspectos florísticos, mas que guardam, porém, aspectos comuns: as ombrófilas densas, com ocorrência ao longo da costa; semideciduais e deciduais, pelo interior do Nordeste, Sudeste, Sul e partes do Centro-Oeste; as ombrófilas mistas (Pinheirais) do Sul do Brasil. Um dos motivos para preservar o que restou da Mata Atlântica é sua rica biodiversidade, varieade de plantas e animais. Calcula-se que nela existam mais de 800 espécies de aves, 180 anfíbios e 131 mamíferos, inclusive as quatro espécies de mico-leão que são exclusivos daquele ecossistema.

Área total: aproximadamente 1.000.000 km2
Área total atual: aproximadamente 120.000 km2

CERRADO

Pequenas árvores de troncos torcidos e recurvados e de folhas grossas, esparsas em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com campos limpos ou matas de árvores não muito altas – esses são os Cerrados, uma extensa área de cerca de 200 milhões de hectares, equivalente, em tamanho, a toda a Europa Ocidental. A paisagem é agressiva, e por isso, durante muito tempo, foi considerada uma área perdida para a economia do país.

Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim,como o capim-flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m. Onde corre um rio ou córrego, encontram-se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos às nascentes de água, o buriti domina a forma paisagem e as veredas de buriti

Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os amplos planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível do mar, e apenas 5,5% atingem uma altitude acima de 900m. Em pelo menos 2/3 da região o inverno é demarcado por um período de seca que prolonga-se por cinco a seis meses. Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta seus rios.

A presença humana na região data de pelo menos 12 mil anos, com o aparecimento de grupos de caçadores e coletores de frutos e outros alimentos naturais. Só recentemente, há cerca de 40 anos, é que começou a ser mais densamente povoada.

Área total: aproximadamente 2.100.000 km2.

CAATINGA

Quando chega o mês de agosto, parece que a natureza morreu. Não se vêem nuvens no céu, a umidade do ar é mínima, a água chega a evaporar 7mm por dia e a temperatura do solo pode atingir 60º C. As folhas da maioria das árvores já caíram e assim, o gado e os animais nativos, como a ema, o preá, o mocó e o camaleão, começam a emagrecer. As únicas cores vivas estão nas flores douradas do cajueiro, nos cactus e juazeiros. A maioria dos rios pára de correr e as lagoas começam a secar.

Algumas plantas têm as folhas muito finas. Os espinhos dos cactus são o extremo deste tipo de folha. Outras têm sistemas de armazenamento de água, como as barrigudas. As raízes cobrem a superfície do solo, para capturar o máximo de água durante as chuvas leves. As espécies mais abundantes incluem a mimosa, a emburana, a catingueira, a palmatória, a aroeira, o umbu, a baraúna, a maniçoba, a macambira, o xique-xique, o mandacaru, a quixabeira e o juazeiro, uma das poucas que não perde suas folhas durante a seca.

A Caatinga é uma extensa região do Nordeste brasileiro, que ocupa mais de 70% de sua área (11% do território brasileiro), também chamada de sertão. Nessa época do ano, a região, de árvores e arbustos raquíticos, cheios de espinhos, tem um aspecto triste e desolador.

Quando volta a chover, no início do ano, a paisagem parece explodir de tanto verde.Apesar de raso e conter grande quantidade de pedras, o solo da Caatinga é razoavelmente fértil. As árvores cobrem-se de folhas rapidamente e o solo, em geral pedregoso, fica forrado de pequenas plantas, e a fauna volta a engordar.

A vegetação adaptou-se para se proteger da falta d’água. Quase todas as plantas usam a estratégia de perder as folhas, eliminando a superfície de evaporação quando falta água.
Área total: aproximadamente 1.100.000 km2.

CAMPOS

De maneira genérica, os campos da região Sul do Brasil são denominados como “pampa”, termo de origem indígena para “região plana”. Esta denominação, no entanto, corresponde somente a um dos tipos de campo, mais encontrado ao sul do Estado do Rio Grande do Sul, atingindo o Uruguai e a Argentina.

Outros tipos conhecidos como campos do alto da serra são encontrados em áreas de transição com o domínio de araucárias. Em outras áreas encontram-se, ainda, campos de fisionomia semelhantes à savana.

Os campos, em geral, parecem ser formações edáficas (do próprio solo) e não climáticas. A pressão do pastoreio e a prática do fogo não permitem o estabelecimento da vegetação arbustiva, como se verifica em vários trechos da área de distribuição dos Campos do Sul.

A região geomorfológica do planalto de Campanha, a maior extensão de campos do Rio Grande do Sul, é a porção mais avançada para oeste e para o sul do domínio morfoestrutural das bacias e coberturas sedimentares. Nas áreas de contato com o arenito botucatu, ocorrem os solos podzólicos vermelho-escuros, principalmente a sudoeste de Quaraí e a sul e sudeste de Alegrete, onde se constata o fenômeno da desertificação. São solos, em geral, de baixa fertilidade natural e bastante suscetíveis à erosão.

À primeira vista, a vegetação campestre mostra uma aparente uniformidade, apresentando nos topos mais planos um tapete herbáceo baixo – de 60 cm a 1 m -, ralo e pobre em espécies, que se torna mais denso e rico nas encostas, predominando gramíneas, compostas e leguminosas; os gêneros mais comuns são: Stipa, Piptochaetium, Aristida, Melica, Briza. Sete gêneros de cactos e bromeliáceas apresentam espécies endêmicas da região. A mata aluvial apresenta inúmeras espécies arbóreas de interesse comercial.

Na Área de Proteção Ambiental do Rio Ibirapuitã, inserida neste bioma, ocorrem formações campestres e florestais de clima temperado, distintas de outras formações existentes no Brasil. Além disso, abriga 11 espécies de mamíferos raros ou ameaçados de extinção, ratos d’água, cevídeos e lobos, e 22 espécies de aves nesta mesma situação. Pelo menos uma espécie de peixe, cará (Gymnogeophagus sp., Família Cichlidae) é endêmica da bacia do rio Ibirapuitã.

A vocação da região de Campanha está na pecuária de corte. As técnicas de manejo adotadas, porém, não são adequadas para as condições desses campos, e a prática artesanal do fogo ainda não é bem conhecida em todas as suas conseqüências. As pastagens são, em sua maioria, utilizadas sem grandes preocupações com a recuperação e a manutenção da vegetação. Os campos naturais no Rio Grande do Sul são geralmente explorados sob pastoreio contínuo e extensivo.

Outras atividades econômicas importantes, baseadas na utilização dos campos, são as culturas de arroz, milho, trigo e soja, muitas vezes praticadas em associação com a criação de gado bovino e ovino. No alto Uruguai e no planalto médio a expansão da soja e também do trigo levou ao desaparecimento dos campos e à derrubada das matas. Atualmente, essas duas culturas ocupam praticamente toda a área, provocando gradativa diminuição da fertilidade dos solos. Disso também resultam a erosão, a compactação e a perda de matéria orgânica.

PANTANAL

A CIMA - Comissão Interministerial para Preparação da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento-SI/PR, 1991, define o Pantanal mato-grossense como “a maior planície de inundação contínua do planeta”. Sua localização geográfica é de particular relevância, uma vez que representa o elo de ligação entre o Cerrado, no Brasil Central, o Chaco, na Bolívia, e a região Amazônica, ao Norte, identificando-se, aproximadamente, com a bacia do alto Paraguai.

O Pantanal funciona como um grande reservatório, provocando uma defasagem de até cinco meses entre as vazões de entrada e saída. O regime de verão determina enchentes entre novembro e março no norte e entre maio e agosto no sul, neste caso sob a influência reguladora do Pantanal.

Os solos, de modo geral, apresentam limitações à lavoura. Nas planícies pantaneiras sobressaem solos inférteis (lateritas) em áreas úmidas (hidromórficas) e planossolos, além de várias outras classes, todos alagáveis, em maior ou menor grau, e de baixa fertilidade. Nos planaltos, embora predominem também solos com diversas limitações à agricultura, sobretudo à fertilidade, topografia ou escassez de água, existem situações favoráveis.

Como área de transição, a região do Pantanal ostenta um mosaico de ecossistemas terrestres, com afinidades, sobretudo, com os Cerrados e, em parte, com a floresta Amazônica, além de ecossistemas aquáticos e semi-aquáticos, interdependentes em maior ou menor grau. Os planaltos e as terras altas da bacia superior são formados por áreas escarpadas e testemunhos de planaltos erodidos, conhecidos localmente como serras. São cobertos por vegetações predominantemente abertas, tais como campos limpos, campos sujos, cerrados e cerradões, determinadas, principalmente, por fatores de solo (edáficos) e climáticos e, também, por florestas úmidas, prolongamentos do ecossistema amazônico.

A planície inundável que forma o Pantanal, propriamente dito, representa uma das mais importantes áreas úmidas da América do Sul. Nesse espaço podem ser reconhecidas planícies de baixa, média e alta inundação, destacando-se os ambientes de inundação fluvial generalizada e prolongada. Esses ambientes, periodicamente inundados, apresentam alta produtividade biológica, grande densidade e diversidade de fauna.

A ocupação da região, de acordo com pesquisas arqueológicas, se deu há, aproximadamente, dez mil anos por grupos indígenas. A adequação de atividades econômicas ao Pantanal surgiu do processo de conquista e aniquilamento dos índios guatós e guaicurus por sertanistas. Foi possível implantar a pecuária na planície inundável, que se tornaria a única economia estável e permanente até os nossos dias. Dentro de um enfoque macroeconômico, a planície representou, no passado, um grande papel no abastecimento de carne para outros estados do país. No entanto, esta economia se encontra em decadência.

Uma série de atividades de impacto direto sobre o Pantanal pode ser observada, como garimpo de ouro e diamantes, caça, pesca, turismo e agropecuária predatória, construção de rodovias e hidrelétricas. Convém frisar a importância das atividades extensivas nos planaltos circundantes como uma das principais fontes de impactos ambientais negativos sobre o Pantanal.

O processo de expansão da fronteira, ocorrido principalmente após 1970, foi a causa fundamental do crescimento demográfico do Centro-Oeste brasileiro. A região da planície pantaneira, com sua estrutura fundiária de grandes propriedades voltadas para a pecuária em suas áreas alagadiças, não se incorporou ao processo de crescimento populacional. Não houve aumento significativo em número ou população das cidades pantaneiras. No planalto, contudo, o padrão de crescimento urbano foi acelerado. Como todas as cidades surgidas ou expandidas nessa época, as de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul não tinham e nem têm infra-estrutura adequada para minimizar o impacto ambiental do crescimento acelerado, causado, principalmente, pelo lançamento de esgotos domésticos ou industriais nos cursos d’água da bacia. Esse tipo de poluição repercute diretamente na planície pantaneira, que recebe os sedimentos e resíduos das terras altas.

O mesmo processo de expansão da fronteira foi responsável pelo aproveitamento dos cerrados para a agropecuária, o que causou o desmatamento de vastas áreas do planalto para a implantação de lavouras de soja e arroz, além de pastagens. O manejo agrícola inadequado nessas lavouras resultou, entre outros fatores, em erosão de solos e no aumento significativo de carga de partículas sedimentáveis de vários rios. Além disso, agrava-se o problema de contaminação dos diversos rios com biocidas e fertilizantes.

A presença de ouro e diamantes na baixada cuiabana e nas nascentes dos rios Paraguai e São Lourenço vem atraindo milhares de garimpeiros, cuja atividade causa o assoreamento e compromete a produtividade biológica de córregos e rios, além de contaminá-los com mercúrio.

Segundo a WWF (1999), existem no Pantanal 650 espécies de aves, 80 de mamíferos, 260 de peixes e 50 de répteis.

RESTINGAS E MANGUEZAIS

A costa brasileira abriga um mosaico de ecossistemas de alta relevância ambiental. Ao longo do litoral brasileiro podem ser encontrados manguezais, restingas, dunas, praias, ilhas, costões rochosos, baías, brejos, falésias, estuários, recifes de corais e outros ambientes importantes do ponto de vista ecológico, todos apresentando diferentes espécies animais e vegetais e outros. Isso se deve, basicamente, às diferenças climáticas e geológicas da costa brasileira. Além do mais, é na zona costeira que se localizam as maiores presenças residuais de Mata Atlântica. Ali a vegetação possui uma biodiversidade superior no que diz respeito à variedade de espécies vegetais. Também os manguezais, de expressiva ocorrência na zona costeira, cumprem funções essenciais na reprodução biótica da vida marinha.

O litoral amazônico vai da foz do rio Oiapoque ao delta do rio Parnaíba. Apresenta grande extensão de manguezais exuberantes, assim como matas de várzeas de marés, campos de dunas e praias. Apresenta uma rica biodiversidade em espécies de crustáceos, peixes e aves.

O litoral nordestino começa na foz do rio Parnaíba e vai até o Recôncavo Baiano. É marcado por recifes calcíferos e areníticos, além de dunas que, quando perdem a cobertura vegetal que as fixam, movem-se com a ação do vento. Há ainda nessa área manguezais, restingas e matas. Nas águas do litoral nordestino vivem o peixe-boi marinho e as tartarugas, ambos ameaçados de extinção.

O litoral sudeste segue do Recôncavo Baiano até São Paulo. É a área mais densamente povoada e industrializada do país. Suas áreas características são as falésias, os recifes e as praias de areias monazíticas (mineral de cor marrom-escura). É dominada pela Serra do Mar e tem a costa muito recortada, com várias baías e pequenas enseadas. O ecossistema mais importante dessa área é a mata de restinga. Essa parte do litoral é habitada pela preguiça-de-coleira e pelo mico-leão-dourado (espécies ameaçadas de extinção).

O litoral sul começa no Paraná e termina no Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul. Com muitos banhados e manguezais, o ecossistema da região é riquíssimo em aves, mas há também outras espécies: ratão-do-banhado, lontras (também ameaçados de extinção), capivaras.

A densidade demográfica média da zona costeira brasileira fica em torno de 87 hab./km2, cinco vezes superior à média nacional que é de 17 hab./km2. Pela densidade demográfica nota-se que a formação territorial foi estruturada a partir da costa, tendo o litoral como centro difusor de frentes povoadoras, ainda em movimento na atualidade. Hoje, metade da população brasileira reside numa faixa de até duzentos quilômetros do mar, o que equivale a um efetivo de mais de 70 milhões de habitantes, cuja forma de vida impacta diretamente os ecossistemas litorâneos.


Videos Ecossistemas Brasileiro



http://www.youtube.com/watch?v=qeYHwFMPk1M


http://www.youtube.com/watch?v=RRKhw5WOuB8&feature=fvsr


http://www.youtube.com/watch?v=9zf-7r1wTzA&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=_jRO7bbVgBg&feature=related






IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS

Os fungos constituem um grupo de microorganismo que tem grande interesse prático e cientifico para os microbiologistas. Suas manifestações são familiares: todos já viram os crescimentos azuis e verdes em laranjas, limões e queijos, as colônias cotonosas, brancas ou acinzentadas, no pão e no presunto, os cogumelos dos campos ou nas prateleiras) e os chapéus-de-cobra nas matas. Todas representam vários organismos fúngicos, morfologicamente muito diversificados. De um modo geral, os fungos incluem os bolores e as leveduras. A palavra bolor tem emprego pouco nítido, sendo usada para designar os mofos, as ferrugens e o carvão (doenças de gramíneas).

IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS

Os fungos são heterotróficos, obtém seu alimento a partir de matéria orgânica, sendo decompositores ou parasitas de seres vivos os quais lhe servem de alimentos.

Os fungos saprófitas decompõe resíduos completos de plantas e animais, transformando-os em formas químicas mais simples, que retornam ao solo tornando o solo mais fértil (fertilizantes, humos), mas o crescimento dos saprofitos também podem causar prejuízo, causando o apodrecimento de matérias utilizados pelo homem:

* madeira

* tecidos

* alimentos e outros artigos

Os fungos são, também, importantes na fermentação industrial, são utilizados para:

* Fabricação da cerveja

* Fabricação do vinho

* Produção de antibióticos (penicilina)

* Produção de vitaminas e de ácidos orgânicos (ác. cítrico)

A fabricação de pães e o amadurecimento de queijos também dependem da atividade saprofítica dos fungos.

Como parasitas, os fungos causam doenças vegetais, humanas e animais, embora a maior parte das micoses seja menos severa que as produzidas por bactérias (bacterioses) ou vírus (viroses).

Fonte: www.enq.ufsc.br

Importância dos Fungos

Nem bichos, nem vegetais, os fungos são tão esquisitos que formam um reino à parte na natureza.

Versáteis, entram tanto na fabricação de queijos quanto no controle de qualidade de produtos industriais.

Eles mofam pães, estragam sapatos e tingem paredes com manchas verdes. Ao mesmo tempo fontes de remédios — sobretudo antibióticos — e provocadores de doenças, também são mundialmente consumidos na forma de pratos nobres, como as raríssimas e caras trufas e o champignon.

Pioneiros entre as formas de vida na Terra, são tão diversos entre si e diferentes de todos os outros seres do planeta que, depois de muita controvérsia sobre sua classificação, acabaram considerados um reino à parte na natureza.

Os fungos, essas esquisitas criaturas que crescem tanto em organismos vivos como nos mortos, começam a ser cobiçados para ajudar empresas brasileiras no controle de qualidade de produtos industrializados.

De inconvenientes, os bolores e mofos tornaram-se mais um instrumento dos cientistas nas pesquisas com medicamentos, desinfetantes, inseticidas e, mais recentemente, anticorrosivos e simplificadores dos mecanismos de produção de álcool. Isso fez crescer o interesse de várias indústrias pelos fungos, fato que está causando furor nas micotecas, os laboratórios que os criam; armazenam e distribuem, classificando-os segundo sua origem e características peculiares. À medida que cresce a procura, aumenta a quantidade de tipos explorados.

"Na busca desenfreada para conhecê-los melhor, eles ganharam casa própria e pedigree", compara o biólogo e micologista Mário Gatti, da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Com 1 942 tipos diferentes, a micoteca da Fiocruz é a maior coleção brasileira do gênero.Existem no mundo cerca de 300 bancos de fungos. O mais completo deles é o da American Type Culture Collection (ATCC), nos Estados Unidos. Ali estão disponíveis mais de 50 000 micro-organismos diferentes, metade composta de fungos, bactérias e protozoários, que serviram de base para quase todas as coleções conhecidas. Acostumada a fornecer amostras para pesquisas universitárias e testes de esterilidade de medicamentos e cosméticos, a "fábrica" de fungos da Fiocruz conquista novos clientes. No ano passado, o número de pedidos de amostras de fungos dobrou em relação ao ano anterior. Mário Gatti, um dos curadores dessa micoteca, associa o crescimento à vigência do Código de Defesa do Consumidor.

"As empresas estão mais preocupadas com a garantia da qualidade de seus produtos", acredita.Entre a clientela dos bancos de fungos, os maiores consumidores dos microorganismos comercializados no planeta foram os fabricantes de medicamentos e cosméticos. Empresas como Johnson & Johnson e Glaxo empregam fungos nos testes laboratoriais para controlar a qualidade de seus produtos.

O processo implica contaminar propositadamente amostras do que se quer testar com fungos, principalmente o Aspergillus niger, encontrado em abundância na natureza. São feitas então análises periódicas para constatar se a população de fungos aumentou ou diminuiu.

Se diminuiu até não sobrar quase nenhum, significa que o conservante daquele produto é eficiente. "Nossos produtos nas prateleiras precisam manter a mesma capacidade de preservação do produto recém-fabricado'', avalia Lenir Garcia, gerente de microbiologia da Johnson & Johnson.

Na busca de seu principal alimento, o carbono, alguns fungos são odiados porque degradam materiais largamente utilizados pela indústria, como plásticos e metais. Para saber se seus produtos vão durar além das portas da fábrica, os responsáveis pelo controle de qualidade das empresas colocam-nos em contato com os fungos existentes lá fora. É isso que faz há cinco anos o Instituto Militar de Materiais Bélicos (Imbel) para medir a resistência à corrosão dos componentes de seus apareIhos radiotransmissores e detonadores de explosivos. Ulysses D'Elia, o biólogo responsável por este trabalho, coloca as peças a serem examinadas junto com uma batata comum numa câmara lacrada, onde também é introduzido um pool de fungos especialmente selecionados. "Em terra, no mar ou no ar, os equipamentos têm de agüentar as mais variadas intempéries, possíveis de acontecer em qualquer região do Brasil", conta D'Elia. Dentro da câmara, são simuladas durante 28 dias todas as condições ambientais a que os aparelhos estarão submetidos. “A batata funciona como um termômetro, que mostra se os microorganismos estão sendo ativos. Em caso positivo, os fungos tomarão toda a batata", explica D'Elia.

Experiências semelhantes também são realizadas pelo Instituto de Pesquisas da Marinha, em testes de resistência à corrosão dos equipamentos de navios e submarinos.Enquanto a capacidade deteriorativa dos fungos é problema para alguns, outros têm nesta característica um grande aliado. É o caso da produção de álcool combustível. que pode se tornar muito mais simples se nela forem aplicados alguns estudos realizados pelos cientistas do Instituto de Química da Universidade de São Paulo.

Liderada pelo bioquímico egípcio Hamza El-Dorry, esta equipe se utiliza do fungo Trichoderma reesei, descoberto durante a Segunda Guerra Mundial, para degradar celulose (a matéria-prima do papel) até a obtenção de glicose, que depois de fermentada se transforma em álcool. Na década de 40, esse fungo foi estudado em caráter de urgência por laboratórios americanos, pois desintegrava em poucos dias o tecido das barracas de campanha do Exército, armadas em campo de batalha.Os pesquisadores da USP já isolaram o gene do fungo que determina suas características glutonas. Agora, os esforços se concentram em conhecer como ele produz a enzima que degrada a celulose para inserir esse gene na levedura convencionalmente utilizada para transformar a glicose em álcool. "Estamos criando um processo único e integrado, que permite a obtenção de álcool até do bagaço da cana-de-açúcar, de madeiras e papéis jogados no lixo", preconiza El-Dorry. As leveduras também são empregadas na fabricação de cereja, vinhos e fermento para pães e bolos. Alguns fungos são ainda a peça fundamental de queijos finos.

Dizer que um queijo está embolorado não significa necessariamente que ele esteja estragado. Pelo contrário: o sabor dos queijos roquefort, gorgonzola e camembert depende do trabalho dos fungos. No dois primeiros tipos, o gosto picante e o forte aroma somente são obtidos por meio da perfuração de suas massas já prontas, onde são introduzidos bolores que ali se desenvolvem com a presença de ar.

Os queijos camembert passam por um banho de imersão numa solução de mofo para chegarem à textura cremosa característica. Crescendo de fora para dentro de cada queijo, os fungos formam na parte externa aquela fina superfície dura e branca. Tanto as manchas verdes como a película branca são muito diferentes do bolor de um queijo estragado. Os bolores, como o Penicillium citrino, secretam substâncias potencialmente tóxicas, como a citrinina, que atacam células do fígado.Antes que cheguem à mesa, vários alimentos podem tomar contato com fungos ainda na lavoura. Em Brasília, o Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) está elaborando um catálogo com mais de 300 fungos isolados para pesquisas na área de controle biológico de lavouras, ou inseticidas biológicos. Marcos Rodrigues de Faria, um dos engenheiros agrônomos envolvidos no projeto, explica como são feitos os testes para criação dos bioinseticidas: "Pegam-se as larvas do inseto contra o qual se quer combater. Elas são mergulhadas em uma suspensão líquida contaminada com algum fungo, geralmente Beauveria bassiana ou Metarhizium amisopliae.

Se ele for capaz de matar a larva, será utilizado como inseticida".Aproveitar todo o potencial dos fungos não foi um caminho fácil de ser percorrido pelos estudiosos. Pesquisados em várias frentes desde o final dos anos 20, quando chegaram a público as descobertas do bacteriologista Alexander Fleming, só na década de 60 se chegou a um acordo sobre a identidade desses organismos. "Fungo não é vegetal nem animal, apesar de ter características de plantas e de animais", afirma Pedrina Cunha Oliveira, farmacêutica e bioquímica que estuda esses seres desde 1964. Responsável pelo departamento de micologia da Fiocruz, ela ensina que "o fungo é considerado animal porque seu alimento de reserva é o glicogênio, e não o amido, como em todas as plantas". Mas também era considerado planta pela sua própria morfologia: "Se olhado num microscópio, o fungo parece uma flor. Mesmo assim, eles não produzem cloroplastos, portanto não fazem fotossíntese".

Esta diferença em relação aos outros seres é que levou à criação do reino Fungi, um dos cinco reinos da natureza. Os outro quatro são o Animalia, dos animais; Plantae, dos vegetais; Monera, de organismos unicelulares como as bactérias; e Protista, dos organismos unicelulares como os protozoários. Saber com exatidão quais são esses seres que jogam ora contra, ora a favor do homem foi só o começo: "A história dos fungos é linda e foi pouco estudada", diz Pedrina. "Seu potencial encontra se em aberto."

Antibiótico por acaso

Enquanto alguns fungos provocam espirros, outros salvam vidas. Prova dessa benevolência dos membros do reino Fungi é a descoberta que o bacteriologista Alexander Fleming (1881-1955) fez em 1928. Ele trabalhava num laboratório em Paris, na França, quando descobriu um ser alienígena desenvolvendo-se no meio das bactérias Staphylococcus com as quais realizava pesquisas. Em vez de ficar irado com o intruso, Fleming decidiu estudá-lo e o identificou como sendo esporos do fungo Penicillium notaram que estavam “acidentalmente" inibindo o desenvolvimento das bactérias. Ele acabava de descobrir a penicilina, o primeiro de uma série de antibióticos que revolucionaram a Medicina.

IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA E ECONÔMICA DOS FUNGOS

OS FUNGOS COMO DECOMPOSITORES

Os fungos são organismos extremamente importantes para o equilíbrio da natureza. As espécies saprofágicas, juntamente com determinadas bactérias, desempenham o papel de decompositores,destruindo cadáveres e restos de plantas e animais. Isso permite que a matéria orgânica dos seres mortos possa ser aproveitada pelos novos seres que nascem.

Entretanto essa mesma atividade decompositora dos fungos pode ter um aspecto negativo, destruindo roupas, objetos de couro, cercas, dormentes de madeira das estradas de ferro etc., causando ao homem grandes prejuízos econômicos.

FUNGOS E A PRODUÇÃO DE ALIMENTO

Cerca de duzentos tipos de cogumelo são usados na alimentação humana. Algumas espécies são largamente cultivadas, como é o caso do basidiomiceto Agaricus campestris; ascomicetos como a Morchella esculenta, depois de secos, constituem finíssima iguaria.

Produção de pão

As leveduras são fungos microscópicos, utilizados desde a Antiguidade na preparação de alimentos e bebidas fermentados. O levedo Saccharomyces cerevisae, empregado na fabricação de pão e de bebidas alcoólicas fermenta acúcares para obter energia, liberando gás carbônico e álcool etílico. Na produção do pão é o gás carbônico que interessa; as bolhas microscópicas desse gás, eliminadas pelo levedo na massa, contribuem para tornar o pão leve e macio.

Produção de bebidas alcoólicas

A produção dos diferentes tipos de bebida alcoólica varia de acordo com o substrato fermentado, com o tipo de levedura utilizada e com as diferentes técnicas de fabricação. Por exemplo, a fermentação da cevada produz cerveja, enquanto a fermentação da uva produz vinho. Depois da fermentação, certas bebidas passam por processos de destilação, o que aumenta sua concentração em álcool. Exemplos de bebidas destiladas são a aguardente, ou pinga, obtida a partir de fermentado de cana-de-açúcar, o uísque, obtido de fermentados de cereais como a cevada e o centeio, e o saquê, obtido a partir de fermentados de arroz.

Produção de queijos

Certos fungos são empregados na produção de queijos, sendo responsáveis por seu sabor característico. Os fungos Penicillium roquefortii e Penicillium camembertii, por exemplo, são utilizados na fabricação de queijos tipos roquefort e camembert respectivamente.

FUNGOS E PRODUÇÃO DE SUBSTÂNCIAS DE USO FARMACÊUTICO

Foi do ascomiceto Penicillium chrysogenum que se extraiu originalmente a penicilina, um dos primeiros antibióticos a ser empregado com sucesso no combate a infecções causadas por bactérias.

Certos fungos produzem toxinas poderosas, que vêm sendo objeto da pesquisa farmacêutica. Muitos fungos produzem substâncias denominadas ciclopeptídios, capazes de inibir a síntese de RNA mensageiro nas células animais. Basta a ingestão de um único corpo de frutificação (cogumelo) do basidiomiceto Amanita phalloides, por exemplo, para causar a morte de uma pessoa. Um fungo muito estudado do ponto de vista farmacêutico foi o ascomiceto Claviceps purpurea, popularmente conhecido como ergotina. Foi dele que se extraiu originalmente o ácido lisérgico, ou LSD, substância alucinógena que ficou famosa na década de 1970.

A ergotina cresce sobre grãos de cereal, principalmente centeio e trigo. Cereais contaminados por ergotina causaram, no passado, intoxicações em massa, com muitas mortes. Desde o século XVI as parteiras já conheciam uma propriedade farmacêutica da ergotina: se ingerida em pequenas quantidades, acelera as contrações uterinas durante o parto.

RELAÇÕES ENTRE FUNGOS E OUTROS SERES VIVOS

Fungos parasitas

Os fungos parasitas causam doenças ao homem, aos animais e às plantas. Um fungo parasita conhecido é o Candida aIbicans, causador de micoses brandas que atingem os dedos as mucosas vaginais. Alguns fungos infecções graves, como a blastomicose e o micetoma, com lesões profundas na pele e em órgãos internos.

Uma doença de plantas causada por fungos é a ferrugem, que ataca o cafeeiro e outras plantas economicamente importantes, provocando sérios danos à lavoura.

FUNGOS MUTUALISTAS: MICORRIZAS E LIQUENS

Certos fungos se associam a raízes de plantas, formando as micorrizas (do grego myketos, fungo e rhiza, raiz). Tanto o fungo quanto a planta hospedeira se beneficiam com essa associação. O fungo obtém das raízes açúcares, aminoácidos e outras substâncias orgânicas, das quais se nutre. Por outro lado, o fungo aumenta a capacidade de a raiz absorver minerais escassos no solo, genericamente denominados micronutrientes, fundamentais ao crescimento da planta. Trata-se, portanto, de uma ssociação do tipo mutualismo.

Os liquens são formados pela associação mutualística entre fungos e algas. Os fungos mais comuns nessas associações são os ascomicetos, e as algas componentes são, geralmente algas verdes unicelulares. Alguns liquens resultam da associação entre fungos e cianobactérias. A associação permite que os liquens habitem locais onde nem algas nem fungos poderiam viver separadamente.

Os liquens se reproduzem assexuadamente por meio de fragmentos especiais, que possuem hifas do fungo e células da alga em associação. Esses fragmentos, chamados sorédios, se destacam e são carregados pelo vento, constituindo as unidades de disseminação dos liquens.


5 comentários:

  1. http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/08/rambp.htm

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    http://www.bitpop.com.br/jogos/passatempo_cacapalavrasanimais.php



    http://www.sitedejogosonline.com/jogos/caca-palavras.html

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